Doces na infância
- Dra. Mariana Neto Silva
- 5 de mar. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: 19 de mar. de 2021

Açúcar
As crianças mais agitadas durante as refeições principais, que necessitam sempre daquela promessa dos pais: “Se você comer tudo do prato, vai ganhar um doce depois”, podem se tornar vítimas do açúcar e obesas no futuro. De acordo com os especialistas que realizaram o estudo Vitabiotics WellKid Baby Drops e divulgada recentemente no Daily Mail, 60% das crianças são viciadas em chocolate e doces, e os pais são os culpados por isso. Um em cada três pais admitiu que lida com os filhos, que são agitados na hora da refeição normal, subornando-os com um docinho para fazê-los comer a comida toda. A pesquisa revelou ainda que 58% das mães acreditam que, aos três anos de idade, as suas crianças já pediam por doces regularmente.
Doces e guloseimas são muita vezes usados como forma de recompensa para as crianças quando se comportam bem; Seja por ter cumprido com o dever de casa, ou mesmo terminado toda a refeição do prato... Mas essa não é a melhor forma de lidar com o seu pequeno! Afinal, quando as crianças ganham doces como recompensa, elas começam a associar o açúcar com as situações de prazer, alegria ou até em momentos de frustração. Ao invés de recompensar os pequeninos com doces e outras 'besteiras', substitua por elogios, novas brincadeiras, passeios e outras recompensas positivas. Assim, além de educar você estará cuidando da saúde dos seus pequenos!
A Sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério da Saúde não recomendam o consumo de açúcar nos dois primeiros anos de vida e nas outras faixas etárias o consumo deve ser limitado. A ingestão de suco de frutas, mesmo in natura, não é indicado uma vez que a fruta acaba sendo menos calórica e proporcionar mais saciedade que o suco, além de ser fonte de fibra e exigir a mastigação, importante para o desenvolvimento orofacial da criança. A ingestão de suco até um ano foi associada ao maior consumo de suco e bebidas açucaradas durante os dois primeiros anos e também à maior adiposidade, segundo trabalho publicado na revista Obesity (2015). A Academia Americana de Pediatria, assim como a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Ministério da Saúde, tem orientado a não consumir açúcar antes de 2 anos de idade. Há evidências científicas de que o consumo de sacarose sem a fibra correspondente, como é comumente presente no suco de frutas, está associado à síndrome metabólica, lesão hepática e obesidade. A American Heart Association (EUA) decidiu reduzir a recomendação de ingestão diária máxima de açúcar adicionada à alimentação infantil durante a infância (2 a 18 anos), de 50 gramas (cerca de 12 colheres de chá) para 25 gramas (ou 6 colheres de chá). O açúcar adicionado não é indicado para as crianças menores de 2 anos (Circulation. 2016).
É claro que um docinho de vez em quando é uma delícia e as crianças ficam felizes, o perigo, é fazer disso um hábito constante, em que a criança passa a aprender que ficar agitado durante as refeições pode chamar a atenção dos pais e trazer como recompensa uma boa guloseima.
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